Único Colégio Estadual do Município |
Quando a professora Adriana Matos
relatou sobre o assunto no colégio, a diretora Eudelia reagiu contestando a professora.
A comunidade escolar se calou enquanto a professora Adriana Matos preferiu pedir
transferência do colégio. Os estudantes perderam uma profissional de
excelência.
Confira as informações abaixo
divulgadas pelo site Transparência na Escola, referente ao mês de
dezembro/2012:
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Nº OB Data Valor R$
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
- 103476/01 --
4/12/2012 -- 1.662,00
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
- 103481/01 --
4/12/2012 -- 1.068,00
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
- 113093/01 --
7/12/2012 -- 1.068,00
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
- 113102/01 --
7/12/2012 -- 1.662,00
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
- 103483/01 --
4/12/2012 -- 2.112,00
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR - 117258/01
-- 18/12/2012 -- 2.112,00
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Total do gasto com merenda no mês de
dezembro de 2012: R$ 9.684,00
Um fato e várias lições
Com os últimos acontecimentos ocorridos no colégio
ACM exige se repensar a educação do município de Antonio Cardoso. Confesso que
a decisão da professora Adriana Matos pedir remoção do colégio ACM de Antonio
Cardoso me levou tirar várias conclusões. Mas também vivi duas situações
contraditórias que me fizeram ver mais distante: a primeira refere-se ao fato
de ficar triste com a perda visível que a educação do município sofreu, pois é
raro se encontrar na educação brasileira um profissional comprometido com a
causa. Isto ocorre porque muitos estão descrentes com a forma que os governos
vem tratando a educação e os profissionais. A segunda, se opõe a primeira, se
antes a decisão da professora me causou tristeza, por outro lado, me trouxe o
alívio e a alegria de saber que nenhum profissional merece ser tratado como ela
estava sendo.
O que causa estranhamento é a forma como os alunos
do colégio assistem tudo passivamente, sem pelo menos procurarem compreender as
causas dos ocorridos. O pior que muitos fazem prejulgamentos sem analisarem e
investigarem os propósitos que estavam em jogo. Isto é, dois projetos de escolas
distintos: um visava uma educação construída por alunos, professores e
funcionários da instituição representado pela professora Adriana e o outro
caracterizado por um modelo de educação pensado no gabinete e por técnicos que
não vivem a realidade. Uma coisa é certo, ninguém saiu tão prejudicado com
isto, senão, os próprios alunos. O bom profissional não fica desperdiçado, por
isso, tenho certeza que o talento da professora será bem aproveitado por quem
tem visão de uma educação transformadora. Que os alunos do ACM não continuem se
calando com tudo e achando que apenas uma educação de conteúdo será suficiente
para vocês acenderem profissionalmente. Cada bom profissional que abandona o
colégio ao sentir seu talento desvalorizado, os alunos ficam mais distantes de
ocuparem uma vaga em uma universidade qualificada. Fatos semelhantes ao atual
vêm se repetindo há anos no colégio. Mas a natureza deste parece ser diferente
dos demais e por isso merece uma atenção dos moradores.
Com isto, aqui não pretendo dizer que os alunos
deveriam se levantarem contra a administração do colégio. Se exige algo mais
profundo: um compromisso dos alunos com eles mesmos, ou seja, deveriam estarem
conscientes com a forma de educação que estão recebendo e qual a forma que
serão exigidos deles depois. Que o diga o enem, os vestibulares, o mercado de
trabalho e a vida pessoal! Para isto, os alunos precisam participarem das
decisões que dizem respeito a sua formação intelectual. Assim no lugar do
silêncio dos alunos se esperava uma preocupação com o próprio destino
profissional. Mas também parece que são poucos os alunos que estão preocupados
com isto! Na verdade, o desfecho no colégio ACM deixa transparecer que faltou a
participação da comunidade escolar nas decisões do colégio. As decisões talvez
foram planejadas por poucos. Será se a referida comunidade escolar acompanha
tanto presencial quanto no site da secretaria estadual de educação o destino do colégio estadual? Como serão capazes de
sugerirem alternativas sem conhecerem a realidade que pretendem modificar?
Entretanto, este episódio do colégio ACM deixa um
ensinamento inesquecível: não vale a pena pensar em uma nova sociedade, onde as
pessoas sejam tratadas com igualdade, quando seus membros insistem ficarem de
braços cruzados, esperando acontecer. Parece que a luta por outra sociedade só
é significativa, após cada um sofrer as consequências da falta dela na pele. A
ocorrência deste episódio exige se repensar alguns propósitos. Além disso,
convida a se fazer uma reflexão sobre os esforços que se tem feito até aqui
pela transformação da educação local e da própria comunidade. Será que a
contribuição de muitos foram inúteis para não se dá a menor satisfação? É
triste para um povo que pretende alcançar dias melhores desvalorizando o
conhecimento. Que melhoras são estas? Não adianta se defender a liberdade
quando os escravos continuam aceitando a escravidão. Despeço deixando como
sugestão informações do último relatório da ONU sobre as desigualdades.
Recomendo para aqueles que lutam e acreditam por dias melhores acessarem o link
a seguir, clique aqui, e leia a matéria. Mas lembrem que o conhecimento jamais
pode ser separado do homem que busca outros modos de viver. Finalizo com a
seguinte sensação: aqueles que lutam arduamente para melhorar as condições de
sobrevivência dos moradores de Antonio Cardoso parece que estão perdendo seu
tempo! Tudo indica que este fato vai influenciar na minha forma de pensar o município
e também me serviu para repensar minhas convicções.
Reafirmo aqui meus votos de confiança, admiração, solidariedade e respeito a pessoa da professora Adriana Matos e ao seu trabalho.
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